Segundo o Banco Central do Paraguai, o Brasil foi o país que mais investiu dentro do Paraguai no período entre 2012 e 2014. Tais investimentos chegam na casa dos 403 milhões de dólares, dinheiro este que veio principalmente de empresas na qual enxergaram no Paraguai uma oportunidade de crescimento melhor do que a oferecida no Brasil. Com um desenvolvimento econômico de dar inveja aos seus vizinhos da América do Sul, o Paraguai, que teve um aumento de 14,1% no seu PIB em 2013, vem se tornando um país atrativo para novos investimentos.
Um dos principais fatores favoráveis para empresas estrangeiras migrarem para o Paraguai é a Lei de Maquila, criada há mais de 15 anos. Esta Lei prevê a isenção de impostos para empresas estrangeiras que queiram importar maquinários e matéria-prima, uma vez que os produtos produzidos sejam exportados. Existe apenas o tributo de 1% sobre a fatura de exportação quando o produto final deixa o Paraguai.
Outros fatores que contribuem para a migração de empresas até o Paraguai é o baixo custo de mão de obra e de energia elétrica. Mesmo com o salário mínimo mais caro que no Brasil, a 1.824.055 guaranis (aproximadamente 1.277 reais), a empresa paraguaia não precisa pagar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e nem contribuição sindical. As férias anuais remuneradas (que no Brasil são de 30 dias) no Paraguai são de 12 dias (para cinco anos trabalhados), 18 dias (para até dez anos trabalhados) e 30 dias (acima de dez anos trabalhados). Já a energia elétrica, por ter uma grande disponibilidade por conta da hidrelétrica de Itaipu, custa em média metade do preço disponível no Brasil.
Contudo, existem algumas desvantagens em instalar uma empresa estrangeira no Paraguai. Entre elas estão a infraestrutura precária do país e a limitação para atuar no mercado nacional, onde apenas 10% dos produtos produzidos podem ser vendidos no pais. Mesmo assim a migração ainda é muito vantajosa, principalmente em tempos de crise no Brasil, acreditam os empresários.
De acordo com a Gazeta do Povo, 60 companhias já se estabeleceram no Paraguai, das quais pelo menos 20 são de capital brasileiro. Por exemplo: Camargo Correa, Riachuelo, Vale, Bourbon, Eurofarma e Buddemeyer. Entre os empreendimentos realizados por lá encontra-se o frigorífico da JBS, tendo um investimento de 60 milhões de dólares e a previsão de empregar 1.500 trabalhadores assim que forem iniciadas suas atividades. No último mês de setembro a Riachuelo inaugurou uma fábrica de roupas em um projeto de 5 milhões de dólares e atualmente emprega 300 funcionários.